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A ressaca do adeus

Aug 11

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E no final das contas você se foi.

Se foi por que?

se sempre jurou companhia para o resto da vida?

Se foi para que?

se sempre disse que felicidade maior que não existia?

Se foi para onde?

se meu aconchego te satisfazia?


Agora é que percebo os detalhes que mudaram.

A Lua não brilha mais para os meus olhos,

nem o Sol, nem o sim,

nem a flor, nem o luar,

nem escuto o som.

Acabou o amor, impregnou a dor.

Não vejo a cor.

Passa um dia, dois, três, dez.

Só não passa a água salgada aqui dentro,

um choro dolorido porque já não existem lágrimas,

um choro seco, um desalento.

Isso sim é sofrimento.


E então, por que você se foi?

Se não havia rotina, se nao havia mentira, se não tinha motivo?

É, hoje eu escuto

tudo o que foi dito

foi bem da boca para fora,

palavras jogadas como inseticida,

ou como qualquer coisa que se possa jogar para o alto.


O pior eu percebo.

Que lamento ter acreditado que felicidade maior nao existia.

Acreditado em planos,

em passar os anos.

Me dou conta que é difícil esquecer,

da nossa curiosidade aguçada,

do seu cabelo sempre lavado,

da nossa quietude no som da musica alta,

da sua gentileza para não importa quem.

Bem difícil continuar essa caminhada,

com duas pernas faltando,

e um coração pela metade.



Aug 11

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