Não estou aprendendo a lidar com a tua ausência.
E mesmo repetindo por inúmeras vezes à minha consciência
que sou forte e auto-suficiente,
me vem o teu gosto e vem teu cheiro,
me embebeda e me atormenta.
Eu não tenho achado a cura para a tua ausência.
Tudo que sinto é medo,
tudo que vejo é breu, ora vazio e lacuna,
esse teu espaço que era ao meu lado,
que eu não deixo alguém ocupar.
Tento não pensar, e tento não lembrar,
tento esquecer, e tento te perder.
Tento me adaptar a te deixar...
mas eu te amo tanto,
em todas a coisas,
em todos os lugares,
em todos os sonhos,
em todo verbo.
Eu que era forte, que era auto-suficiente,
não tinha ideia de como poderia também ser tão frágil,
tão sua.
Mas o tempo vai curar tua ausência,
buscando nas minhas virtudes a paciência,
e recursos para viver sem a tua presença,
e sem a tua quentura,
sem tua doçura,
sem esse seu tão puro,
que nem sabe a força que tem.