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Descobertas no beco sem saída

Aug 16

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Naquele dia que a gente se bateu de frente de novo, bem face a face, tarde da noite, e todas as coisas se dispersaram, mais ou menos como chama fraca quando bate o vento. Foi um ímpeto pulsante, agonizante, e cinzento, alguns laços se soltaram naquela horas, beijos selaram-se, relembramos como movem as paixões, foram tantas paixões!


O gosto era como o de antes, naquela época dos namoradinhos. Foram tantos os namoradinhos! De todos os sabores, cores, e tamanhos.

Alguns mais quentes, outros mais sonsos, alguns mais crus, outros bem-passados.

Lembramos como era viver experimentando, sem regras ou limites, sem lugar para dormir, ou acordar. Tudo passageiro, desordeiro, estrangeiro, sem sobrenome e sem roupa, como fazíamos antes, um corpo que vaga, que dá um gole, que se entrega.


E veja só, hoje eu acho que não tem nexo. Como pode um ser, de tão livre que era, virar nuvem escura que foge o prazer, um corpo oco, opaco, e ocidental, controlado, cheio de divisas, de limites, cheio de dedos, e de condições.


Uma pena não poder desaprender crenças, traumas, apagar esses tantos experimentos tóxicos, e voltar a ser livre, voltar a ser antes. Voltar a explorar a cidade, sem conceitos e pre-conceitos, sem esses filtros em preto e branco. Descobrir a cura para essa bobagem de se proteger, de negar água ao que esta sedento de vida. Deixar de ser presa de si, voltar a ser dança, e abrir aquela pequena passagem desse beco sem saída.


Aug 16

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