Vou encinerar tua pureza,
jogar-te em tristeza,
lançar-te na escuridão,
do meu labirinto mais sórdido.
Fincar-te as unhas,
e despir-te do invólucro,
fazer-te indefesa, transparente,
sem esse teu fingimento medíocre
que me provoca asco,
que arranca a inércia do meu estado alfa.
Vou cravar nas tuas ideias
a estaca que mais te dá fobia,
zerar esse teu conteúdo desprezível
que se desacerta e confunde tua tradução,
que te faz bruto,
sem lapidação, sem brilho próprio.
Vou desfazer toda sua falsa ignorância,
toda sua pretensa tolice,
toda sua inexperiência camuflada em atitude,
meter-te na lama para te esculpir novamente,
te retocar, te refazer, te renascer,
para conseguir te provar diferente,
para te provar que sou capaz,
de te mirar e acertar meu disparo,
de te admirar sem dissolver minha lucidez,
de te tocar sem tremer,
sem baixar a guarda,
sem esquecer quem eu sou.