É como chegar no fundo do poço,
cair pequeno e voltar gigante.
É como um recomeço depois do que parece ser o final,
a persistência em tentar voltar no tempo,
tocar aquela música que já não tem mais ritmo.
É como uma armadilha cruel da vida,
insistindo em tirar mais gotas do que já secou,
abrir feridas que mal cicatrizaram.
As pessoas vem e vão.
E a cada minuto,
não somos mais o que fomos
há um minuto atrás.
Depois de cada experiência a gente muda.
Não importa se demos nosso tudo,
ou só um pouquinho de nós.
Não importa se recebemos o todo,
ou só algumas migalhas.
Mas antes de qualquer coisa
o nosso olhar muda,
e também muda a forma como enxergamos o outro.
Talvez apenas apagamos,
deletamos,
cancelamos,
ou talvez nosso olhar veja o melhor que pudemos tirar,
guardando apenas lembranças genuínas.
Tudo dá certo na metamorfose da vida.
Um relacionamento de dez anos deu certo por dez anos.
A paixão por uma cidade deu certo enquanto você viveu nela e com ela.
Esse é o milagre da transformação,
a metamorfose da vida,
a evolução dos sentimentos.
Mesmo que a história já acabou.
É como um exercício diário de evolução.
Metamorfoses pequeninas e grandiosas.
Valiosas ou bem baratas.
É só deixar as coisas irem embora.
E criar novos olhares,
novos sentires,
novos viveres.