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Vazio

Jun 30

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Antes era o perfeito. O completo. O repleto.

Infinito pleno, a liberdade para ser.

O conforto do abraço,

a brandura do estar,

o voar sem motivos para pousar.

A claridade, o porto seguro, o convés, e a paz.


Transtorno não poder te ver no meu tempo,

me corta a razão de ser.

O escuro, o finito, o incompleto,

a história zerada sem eu saber.

Pedir e não ter.


Rasga a noite em dois

ver que tudo se foi,

e que o sempre não vai ser,

o nunca ganha uma sala,

e quase nada para acontecer.


Desvia e me desafia,

no deslize e no delirio de esquecer,

Uma imensa quimera

que não dispara o estopim

da vontade de viver.


Fim de tudo, fim do bom.

Fico cego, fico inerte,

na marcha ré, no padecer.


E tudo desaba, apagam-se as luzes,

e fecha-se o cenário deste singelo ato,

Você vai embora, caminha para o azul,

some das minhas pupilas,

não se vira,

nem diz adeus.


Jun 30

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