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  • Um dia no trabalho

    Laboratório da observação - Experimento sobre comportamentos. Sobre a experiência com duas pessoas diferentes, um homem e uma mulher, trabalhando em projetos diferentes, com comportamentos opostos, impactando as pessoas ao redor de maneiras diferentes, e trazendo resultados diferentes, um curto, outro duradouro. -O homem- Corre livre sem rédeas, como um cavalo selvagem, sem rumo, sem direção acertada, sem bússola, sem sentido, pisoteando rosas e hortaliças, sem ao menos as notar. --- -A mulher- Voa livre e delicada, como borboleta leve em coreografia, multiplicando vida e cadência, na rota inexistente da flor, compondo poesia, espalhando amor, sem ao menos elas despertar.

  • Você.

    Você é a parte que completa É o fim do caminho Meu deslize. Minha taça de vinho. Estado de torpor, causa cara. Fênix. Espécie rara. Sem nada igual. Meu pedaço de paz, meu pequeno ritual. Você é de repente. É diferente; Mas uma lágrima também. É meu bem. Meu arcanjo. Meu anjo que me entorpece, me enlouquece. Minha joia pura, minha cura, minha lembrança boa, minha frescura. A brisa leve. O vento forte. Você é leve. Sonho impossível, minha realidade distante. Você é incrível. Meu estado bucólico, minha paixão. Meu sentimento compacto, meu sonho vão. Labirinto para a verdade, minha boa maldade. É o tempo parado. É o mundo distante. Você é quente. Meu êxtase infinito. Meu lado bonito. Meu agito, minha calma. Nirvana para minha alma. Você é assim, o tudo e o nada, força, magia sem fim. Um doce poeta, um lindo arlequim. Meu sábio, encantado, e absoluto querubim. Meu hino. Meu pequeno assassino. Sabor, cor, dor, meu pudor, meu primor, meu doce olor. Meu louco querer, meu saber, meu secreto poder. Minha saudade, meu lado forte, meu talismã, meu signo, minha sorte. Minha história sem tristeza, minha proeza. Minha maçã, meu fã, meu macio divã. Meu vulto, meu culto, meu insulto. Meu efêmero, lindo, e sóbrio adulto. Meu amado, meu amante, significado e significante. Minha lealdade, minha devoção, minha vontade, minha inconfundível e intrínseca metade. (Manuscrito de Março/1993)

  • Rotina

    Dança como bailarina nos cantos do meu entardecer faz-se Lua e me acende os chacras até meu mantra entorpecer. Me cala os sons me acorda os nervos balançando no ninar do meu anoitecer e me faz quente me derrete os poros até o fim do meu querer. Canta o pássaro chega o ônibus e a luz enrubece o meu ver cubro a pele, saio de cena sem você nem ao menos perceber.

  • Primeiro amor

    A porta continua aberta esperando você entrar. Nesses dias que custam a passar, remoendo e consumindo o que ainda resta de mim. Acorde, criança! O tempo passa e, com ele, passa também o resto do encanto. Se eu te perco em um minuto, te encontro em meio a qualquer coisa logo depois. Eu queria é te perder para sempre, naquele vão ínfimo das minhas ideias. Eu queria é que os sentimentos fossem efêmeros. Por que entregar-se ao primeiro delírio? Por que desistir ao primeiro obstáculo? Acorde, criança! O seu tempo está passando e, com ele, toda minha delicadeza. A tua pureza poderia ser eterna, assim o veneno nunca te contaminaria. Mas meu orgulho é maior, desistir é aparentemente mais bonito, e digno de respeito, saída válida para apagar seu delírio. Eu queria é ser apenas o que basta, para não precisar fingir de vez em quando. Acorde, criança! Porque meus sonhos estão se diluindo, e minhas esperanças morrendo, porque temos pouco tempo, porque o que ainda resta pode não ser o bastante para sermos o que tentamos ser um dia.

  • Fragilidade

    Vou encinerar tua pureza, jogar-te em tristeza, lançar-te na escuridão, do meu labirinto mais sórdido. Fincar-te as unhas, e despir-te do invólucro, fazer-te indefesa, transparente, sem esse teu fingimento medíocre que me provoca asco, que arranca a inércia do meu estado alfa. Vou cravar nas tuas ideias a estaca que mais te dá fobia, zerar esse teu conteúdo desprezível que se desacerta e confunde tua tradução, que te faz bruto, sem lapidação, sem brilho próprio. Vou desfazer toda sua falsa ignorância, toda sua pretensa tolice, toda sua inexperiência camuflada em atitude, meter-te na lama para te esculpir novamente, te retocar, te refazer, te renascer, para conseguir te provar diferente, para te provar que sou capaz, de te mirar e acertar meu disparo, de te admirar sem dissolver minha lucidez, de te tocar sem tremer, sem baixar a guarda, sem esquecer quem eu sou.

  • Eu você

    Você. No meio das coisas mais simples. Seria estranho se eu não te visse. Sinto falta, ainda sinto falta da sua cara limpa, do seu rosto sujo de barba, dos seus sorrisos, daquele com os lábios cerrados. dos seus olhos brilhando amor, das suas selfies, de todas elas, do seu nariz, das suas mãos, e do jeito que você aperta minhas mãos quando fala, do seu peito, e de como pode ser confortável estar lá, do seu abraço quentinho, seu carinho, seu toque, suas mensagens matinais, e como me faz sorrir, sua face grudada na minha, seu amor... Suas perguntas corriqueiras para saber se dormi bem, e como me sinto hoje, seu pescoço para beijar, sua presença, sua curiosidade, sua inteligência, seu interesse sobre minhas coisas, sua inocência para algumas coisas, sua experiência para outras, sua bondade, você, como você é, sua pessoa, sua essência, o seu puro. Estranho amar você tão rápido, aprender a gostar do seu cheiro, da textura do seus cabelos, da sua música, dos seus filmes, e seus hábitos que parecem tão meus. Você com ternura, nos meus cabelos, para os meus olhos, nos meus ombros, com meus sorrisos, em minha energia, na minha essência, na minha força, minha suposta inteligência, e tudo o que te faz sentir o nosso. Sinto falta do seu cartão postal, sua mensagem de bom dia, de dividir o chuveiro, seu conforto, você beijando meu pescoço, e me olhando com ternura, nos olhos de desejo. Nossas caminhadas de mãos dadas, nossos papos casuais, nossos copos com conversas prolongadas, nosso tempero, dormir perto, embaixo, em cima. Você, em mim.

  • As rédeas

    Eu me perco quando perco o controle, e me afasto, quase que na tentativa eu te esqueço, e te mando pra bem longe, lá pra onde já não sei se me importo. E te excluo, te descarto feito uma casca, com uma tecla eu te delestou, te mando embora feito uma roupa velha que quase nunca usei. Te taco fora. Te tiro. Te escurraço. Te trato feito ninguém, te cruzo e nem te noto. Eu me protejo. Mas me machuco.

  • Asco

    Eu odeio o seu jeito de me espionar. De querer me tocar, de querer agradar, de tentar me adivinhar. Eu odeio o seu jeito de pentear o cabelo, e também odeio o seu jeito de vestir. Odeio seu zelo, essa sua cautela maldita. Odeio sua falta de personalidade, essa falsa autenticidade. De verdade, odeio com toda minha víscera. Odeio ter que te tolerar, e odeio sentir pena, odeio suportar. Odeio o jeito que você mastiga, o jeito que você dirige meu carro, odeio quando você quer fazer eu pensar que está certo. Odeio esse seu aproximamento. Odeio a sua dependência, sua carência. Eu odeio essa sua submissão, a sua imaturidade, sua falta de criatividade, tudo tão no padrão. Odeio ainda mais quando você fica repetitivo, odeio essa sua repetitividade. Odeio sua boca, o formato do seu corpo. Odeio a sua fraqueza, odeio a sua voz, odeio mais ainda quando você canta. Odeio quando você implora para eu não te abandonar, odeio quando você me enche de flores, e odeio suas cartas. Odeio suas palavras que você insiste em repetir sem ao menos se dar conta, frases feitas, odeio sua suposta poesia, quanta falta de imaginação. Odeio seu corpo, odeio suas mãos, odeio seus pés, odeio seu jeito desastrado, odeio ainda mais sua altivez. Odeio imensamente sua arrogância. Odeio quase tudo em você. Odeio quando você me segue, me persegue, me monitora. Odeio quando você aparece no bar em que eu escolhi para encontrar outro alguém, e me encara, me gravando com esses olhos que eu odeio, como câmeras flagrando um furto, me cercando como se eu fosse seu latifúndio, odeio quando isso me faz sentir acorrentada, odeio sentir esse receio de que você vai invadir o meu espaço. Odeio quando não consigo acelerar o tempo, e te abandonar em memórias apagadas, te transformar em amnésia, te desejar tudo de bom, que você seja feliz, bem bem longe de mim. Nota: como essa carta ainda consegue transportar para o agora o mesmo calafrio que esteve aqui dentro em Agosto de 2002.

  • Escolhas

    E aí no dia em que eu me encontrei comigo eu entendi que é tudo uma questão de você se permitir. E aceitar. Ou não. E nesse meio tempo, entre o café e o vinho, existem descobertas e auto-descobertas, partes inteiras e metades, presentes e migalhas, verdades e hipocrisias, relações genuínas e condicionais. Um balaio onde você escolhe, aceita, e se permite. Ou não. O mundo é tão grande as possibilidades são tantas e, mesmo assim, a escolha está lá bem dentro da gente.

  • Fechando ciclos

    Não sei se te contei isso, mas lembrei de algo que eu li em um livro. Guardei isso por muitos anos e, muito provavelmente, ficou esquecido dentro de mim. As palavras eram sobre amor, que não devemos procurar uma pessoa que nos complete mas sim uma pessoa que nos transborde. É isso que deve ser, alguém que me transborde. Um amigo adorável, um amante querido. Cúmplice dos meus mais sinceros pensamentos e opiniões. E das minhas bagunças. Um eterno namorado e um parceiro presente. Que me escuta, que cuida de mim, e se deixa cuidar. Que transborda meu coração de amor. E que de lá não saia nada mais além de amor. Alguém que tire de mim minha risada mais deliciosa, meu sorriso mais verdadeiro, e que atice minha plenitude. Um amor para toda a vida. E outras vidas. Posso sentir hoje que esse sentimento pode vir de muitas pessoas, de diferentes formas e intensidades. Tudo faz parte do todo. Pessoas, plantas, animais. Eu acho que alguns ciclos nunca serão completamente fechados, mas sim transformados em um novo capítulo, que trará mais maturidade e relacionamentos evoluídos. Afinal, cada pessoa tem um papel importante no nosso processo de transformação e, ao mesmo tempo que encerro um ciclo, as demais partes que fizeram parte dele também fecham um ciclo do qual eu fiz parte. E depois disso nunca mais seremos os mesmos porque mudamos.

  • Metamorfose

    É como chegar no fundo do poço, cair pequeno e voltar gigante. É como um recomeço depois do que parece ser o final, a persistência em tentar voltar no tempo, tocar aquela música que já não tem mais ritmo. É como uma armadilha cruel da vida, insistindo em tirar mais gotas do que já secou, abrir feridas que mal cicatrizaram. As pessoas vem e vão. E a cada minuto, não somos mais o que fomos há um minuto atrás. Depois de cada experiência a gente muda. Não importa se demos nosso tudo, ou só um pouquinho de nós. Não importa se recebemos o todo, ou só algumas migalhas. Mas antes de qualquer coisa o nosso olhar muda, e também muda a forma como enxergamos o outro. Talvez apenas apagamos, deletamos, cancelamos, ou talvez nosso olhar veja o melhor que pudemos tirar, guardando apenas lembranças genuínas. Tudo dá certo na metamorfose da vida. Um relacionamento de dez anos deu certo por dez anos. A paixão por uma cidade deu certo enquanto você viveu nela e com ela. Esse é o milagre da transformação, a metamorfose da vida, a evolução dos sentimentos. Mesmo que a história já acabou. É como um exercício diário de evolução. Metamorfoses pequeninas e grandiosas. Valiosas ou bem baratas. É só deixar as coisas irem embora. E criar novos olhares, novos sentires, novos viveres.

  • Viajo a cada segundo

    Viajo a cada segundo, Na pureza e no encanto de estar no seu mundo. Sentindo a confusão do seu verbo e do emaralhado de suas palavras. Não perdida, apenas andando em círculos, Na inconsistência do tempo. E o tempo voa, as horas passam rápido, e eu encontro você, estranho, indecifrável, inconfundível, e não preciso de mais nada. E assim se guardam os momentos, de segundo a segundo em sentidos desajeitados, bucólicos, frenéticos, avançando na órbita das cores, dos odores, dos sabores. alinhando os gostos, e desgostos. redescobrindo sentidos, afinando sentimentos, ajustando ritmos. E assim passam os segundos... as cores, as linhas, os momentos permanecem. As coisas ficam registradas num tempo chamado para sempre. Você pode cheirar, provar, rir. E a inconstância, de segundo a segundo, como uma Hidra de Lerna quanto mais você corta uma perna, nascem logo duas. E você não pode tomar atalhos não tem importância prever, prevenir, distinguir. Eles não são pontuais, esse é o nosso presentee. É uma caixa de Pandora o que foi ontem pode não ser hoje Se hoje te vejo, amanhã quase que te esqueço. Se te sinto agora, amanhã te perco nos pensamentos indo e vindo por caminhos que às vezes não tem qualquer intersecção. Você me relaxa, me leva a um estado de calma isso me confunde, me desafia, me engana. Me dá vida, me confunde, me acrescenta, mas às vezes tira. Isso me entorpece, me estimula, me distrai. É o que sinto em um segundo, Viajando na dor e na delícia de estar com seu mundo Criando, recriando e aprendendo meus sentidos Dirigindo os passos, desacelerando os medos Guardando segredos nos labirintos mais secretos Mantendo você naquela parte que eu guarda apenas coisas boas.

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